Capítulo 5 - O Livro

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Autor: Jonatan Cunha, líder do ministério Garoto Cristão.
  • Antes de ler o Capitulo 5, leia o  quarto capítulo clicando aqui.

Chegando na mesa do almoço: 
- Nossa! Lasanha, eu sou apaixonado. – eu disse. 
- Ricardo seu pai já chegou, almoçou e já foi embora para o serviço dele. Você demorou, né? Mas sua irmã ainda não chegou, o estagio dela deve tá puxado! 
PLIM PLOM PLIM PLOM 
- A campainha tocou, deve ser ela, vai lá Marcos abrir a porta por enquanto que Ricardo me ajuda a colocar a comida em cima da mesa. 
Ao abrir a porta da casa de Ricardo uma surpresa: 
- Cintia?
- Marcos é você?
- Pode entrar. - eu disse sorrindo.
- O que você faz aqui em casa? – perguntou Cintia.
- Estudo com Ricardo.
- Faz faculdade com meu irmão? Nossa, como esse mundo é pequeno!
- E você vai continuar ai fora, não vai entrar?- perguntei.
- Pronto entrei. – Ela sorriu.
- É engraçado alguém que quase não conheço direito me chamando para entrar em minha própria casa. – Ela gargalhou.
-Tá sentindo o cheiro de lazanha?
- Estou Marcos, deve estar uma delicia. Vamos lá para cozinha almoçar que já está tarde.
Chegando lá...
- É impressão minha ou vocês se conhecem? - Perguntou Ricardo.
- Conheci ele no supermercado. – afirmou Cintia.
- E ela me ajudou a escolher os melhores morangos.
- Morangos é Marcos? – Ricardo ironizou.
- Ricardo pare com isso, assim parece que você ta dando a entender que somos namorados, ou algo do tipo. – Disse Cintia constrangida.
Meus filhos, ta aqui a lasanha vamos comer. – Disse a mãe de Ricardo.
- Tia sua Lasanha tá uma delicia, esse queijo cremoso por cima ficou delicioso. – Eu afirmei.
Eu continuei dizendo:
-Sabe tia, da outra vez que a senhora foi deixar nosso trabalho na Faculdade ti olhei como se eu já ti conhecesse de algum lugar. Hoje também quando cheguei aqui tive a mesma impressão. Mas agora eu já sei o porquê.
- Pareço com alguma atriz de cinema? – Ela sorriu.
- Tia, a senhora é a cara da Cíntia. Tal mãe, tal filha.
- É Marcos, as duas são bem parecidas mesmo. Eu sempre falei isso para elas. – afirmou Ricardo.
- Gente a conversa tá boa mas vamos logo almoçar, já ta esfriando a lasanha.- Disse a mãe de Cintia.
Rapamos toda a refratária da lasanha, não deixamos nem sequer um pedacinho de azeitona na vasilha. Aquele queijo quentinho, com molho branco estava sensacional.
- Nossa tia, que gostosa sua Lasanha, viu?
- Obrigada meu filho.
- Isso Marcos é porque você ainda não experimentou as comidas da Cintia, são deliciosas. – disse Ricardo.
- Aprendi a cozinhar com minha mãe. – afirmou Cintia.
- Naquele dia no ônibus você me disse que trabalha numa Televisão, você não pensa em um dia apresentar um programa sobre culinária? Acho que você se daria bem então. – eu interroguei.
- Não sei, quem sabe um dia. Não tenho sonhos tão grandes, apenas vou deixar acontecer. Se um dia eu tiver oportunidade quem sabe, né? – ela abriu um belo sorriso.
- Cintia minha filha, lave para mim as louças que vou ter que dá uma saída. Vou lá na casa da Rute. Volto só a noite. Tem bolo de morango na geladeira para vocês lancharem.
Depois que a tia saiu, Ricardo disse:
-Marcos vou lá no quarto pegar seu pen drive que está comigo.
Ricardo saiu da cozinha, fiquei só eu e Cintia. Me aproximei da pia e disse:
- Deixa eu te ajudar Cíntia.
-  Deixo não, você é visita.
- Mas você vai lavar isso tudo sozinha? Eu não sou tão experiente em cozinha mas lavar louça é fácil. Eu posso te ajudar...
- Já disse que não Marcos. Senta lá nas cadeiras da mesa, eu continuo lavando aqui. E a gente conversa, lavo super rápido.
Aproximei-me ainda mais perto da pia, segurei em um dos pratos que ela estava lavando e disse:
- Eu vou ti ajudar me dá isso daqui.
Ela puxou o prato de minhas mãos e disse:
- Você é insistente, né?
- E você também.
- Mas você é mais...
- É nada é você que é mais
- Não é Você.
- É você...
Parecíamos duas crianças brigando. Como pode uma coisa dessas, eu querendo ajudar ela, mas Cintia tinha o pulso firme. Então com um jogo de cintura, tive uma ideia para ajudá-la.
- Cintia, então você lava e eu enxugo os pratos com esse pano que ta aqui em cima.
- Eu disse que você era mais insistente que eu Marcos – Ela deu uma baita gargalhada.
Peguei os pratos que ela ia lavando, eu ia enxugando e colocando em cima do Mármore da cozinha. De repente, um dos pratos escorrega da minha mão, e cai no chão.
PLUMMM PLUMMMMM PUFFFF
Abaixo para pegar os cacos de vidro, porém Cintia abaixa junto comigo. Nossas mãos se tocam e nossos olhares se cruzam. O olhar de Cíntia era doce, sensível, porém extremamente confiante. Os mistérios dos olhos dela começaram a me chamar a atenção. Eu pude ver que ela era diferente das outras garotas, ela tinha algo diferente. Os olhos de Cíntia simplismente falavam.


             - Ei? O que é que está acontecendo aqui? – interrogou Ricardo com o rosto sério.
            - Nada Ricardo, é que o prato caiu e Cintia tá me ajudando com os cacos de vidro. – eu disse com a voz tremula pelo susto que ele nos deu.
            - Para mim, a impressão que eu tive é que vocês acabaram de se beijar.
            -Ricardo deixe de história, tá doido? Marcos é meu amigo.
             - É Ricardo nós somos amigos, e você pegou meu pen drive?
   - Sim, está aqui, pega.
- Ricardo, Cintia eu já vou. Preciso descansar um pouco lá em casa, pois a noite tenho trabalho em equipe na casa do André.
- Pois leve um pouco desse bolo de morangos, sei que você gosta. Esses são os mais suculentos.- disse Cintia.

Cintia colocou um BIG de um pedaço numa vasilha e me deu. Fui para casa com aquele sorriso no rosto, afinal não é todo dia que ganho algo tão gostoso assim.

O MISTÉRIO DO GUARDA ROUPA


            Chegando em casa, Mateus estava na Internet:
            - Marcos olha só acabei de curtir a Fã Page do Garoto Cristão, tem muita coisa de Deus aqui. Tenho aprendido sobre o caráter de cristo.
            - Legal tenho o twitter, mas ainda vou curtir a página do facebook.
- E a mamãe aonde está? Saiu para casa de uma amiga dela, mas não lembro o nome. Ela disse que só volta a noite.
- Engraçado, a mãe de Ricardo também saiu e disse que só voltava a noite. Depois da coincidência de Cintia ser irmã de Ricardo, não duvido mais de nada desse mundo. Quem sabe nossa mamãe não esta lá com a mãe dele também?
- Marcos você não esta normal, está com cara de leso ao extremo.
- Mateus não começa, não quero me chatear com você.
- Foi mal então, mas dessa vez você ta com cara mesmo de leso. O que aconteceu? Você vem falando de Cintia e tal? Quem é ela?
- Você a conhece Mateus.
- Conheço? não me lembro.
- Na verdade, você conhece de vista.
- Como assim?
- Sabe naquele dia que fomos ao supermercado fazer compras? E eu estava escolhendo uns morangos, com uma garota do meu lado?
- Lembro mais ou menos.
- Ela até estava me ajudando a escolher os mais suculentos e você chegou dizendo que mamãe tava me chamando e tal...
- Ahhh simmm, lembro sim.
- Pois é, ela é irmã do Ricardo que estuda comigo lá na faculdade.
- Do Ricardo? – ele perguntou assustado.
E continuou dizendo:
- Marcos eu não gosto muito dele, de você ficar andando com ele.
-Por que Mateus?
- Ué, por que não. Acho Ricardo estranho.
- Mas você só o viu uma vez quando eu trouxe ele aqui para casa e ainda ficaste assustado quando viu ele na sua frente, como se escondesse algo.
-Deve ser impressão sua Marcos.
- Você não tá me escondendo nada Mateus?
- Esconder o que?
- Sei lá, mas quando estávamos naquele dia lá na cozinha você ia me dizer algo mas mamãe chegou bem na hora.
- É impressão sua Marcos.
- Mateus, mas se você quiser se abrir comigo, eu estou aqui. Você é meu irmão mais novo sempre vou te proteger e te ajudar você sabe disso. Eu te amo.
Abraçei Mateus, e com os olhos cheios de lágrimas, ele disse:
- Preciso te contar algo sobre meu passado, mas tenho muito receio de sua reação. Já faz algum tempo que quero te contar...
-Mateus você pode contar comigo sempre, você sabe disso. Somo um.
- Marcos é que um tempo atrás tive muitos casos amorosos, que mexeram muito com meus sentimentos, com minha alma. Até hoje depois de convertido, me sinto ligado a eles.
Ouvia Mateus atentamente e sei que Deus através daquela conversa começava a trazer cura ao coração, e aos sentimentos confusos de Mateus. Mas ele nunca desconfiava que eu já sabia de tudo.
- Marcos eu sempre me escondi de tudo e de todos, nunca ninguém soube dos meus segredos ocultos, que para mim eram as melhores coisas do mundo mas descobri que não era. Estava me enganando apenas.
- Enganando com o que Mateus? - eu perguntei.
Mateus começa a chorar sem parar e soluçar mesmo assim ele diz:


- Marcos eu sinto atração por outros homens, não queria ser assim. Por que Deus me fez assim? Minha mente está confusa, não sei mais quem sou.
Nesse momento abracei meu irmão, olhei nos olhos dele. Pude sentir a dor que ele sentia por ser diferente dos outros garotos. E com lágrimas nos meus olhos eu disse:
-Mateus, Deus não te fez assim. Sabe por quê?  A homossexualidade não é o problema, não é a causa de tudo, mas sim a consequência. Deus te ama do jeito que você é.
- Como assim consequência? – ele perguntou cheio de lágrimas e soluços.
- Vamos imaginar uma arvore bem grande cheia de folhas. Porém nelas existem muitas lagartas, que são como pragas e fazem mal ao homem, invadindo casas próximas daquela arvore queimando as pessoas. Para acabarmos com essas lagartas temos que primeiro acabar com o alimento delas. Então o que fazer? – perguntei para ele.
-Por que não tirá-las da árvore?
- Simplesmente por que outras virão, elas estão ali justamente por causa do alimento.
- Então, o jeito cortar essa arvore.
- Cortar aonde?
- Cortar o caule, pois elas se alimentam das folhas.
- Sim, elas se alimentam das folhas. Porém, se cortamos o caule aquela arvore crescerá denovo e no futuro dará novas folhas e outras lagartas voltarão devido a fartura de alimento. Então, Mateus o problema não é resolvido se matarmos as lagartas, se cortamos o caule da planta, ou até se jogarmos veneno. Pois outras virão, já que ali o alimento continua com fartura.
-Então o que fazer? Não estou te entendo Marcos.
- A solução é arrancar a arvore pela raiz. Se fizermos isso ela não crescerá novamente, e não haverá fartura de alimento para essas lagartas.
- Então você quer dizer que a questão do homossexualismo seriam as raízes?

- Não Mateus, o homossexualismo seria a folha.
-Por quê?
- Justamente porque a folha é a consequência da raiz. Só existirão folhas em uma arvore se houver uma raiz.
- Então, o que são as raízes?
- De forma bem didática, seriam suas vivências sociais que te imprimiram uma identidade, que você acreditou. Por exemplo, papai quando era vivo só andava comigo, quem cuidava de você era a mamãe. Papai de certa forma sempre te ignorou, e até me lembro do dia que ele te chamou para jogar bola e você corria de um lado para outro. E depois ele me disse: “Esse meu filho parece fresco jogando bola”. Eu vi que você escutou e baixou a cabeça. Você se decepcionava muito com papai. Criou ódio dele. Foi crescendo não se sentido parecido com ele, por causa dessa rejeição. Então, foi aí que mamãe de abraçou e de forma indireta tentou suprir a carência de um pai ausente. Você não teve referencia de hombridade, como eu tive. Acho que até hoje, e mesmo depois de morto você ainda guarda rancor do papai.
Mateus pega a capa do travesseiro e passa nos olhos, enxugando suas lágrimas de dor e angustia e diz:
- Marcos, papai sempre me odiou. Quando ele era vivo nunca foi na minha escola buscar meu boletim, nunca me levava para passear. Sempre comprava os melhores brinquedos para você, que era o filhinho queridinho dele. Ele me desprezava, como você quer que eu goste dele?
- Mateus o primeiro passo de sua libertação é liberar perdão por tudo que nosso pai fez com você. Depois que você fizer isso tenho certeza que vai ver que muitas coisas mudarão.
- Isso vai ser muito difícil. Marcos mas será que é só isso?
- Não Mateus, isso é apenas o inicio, cada dia vamos conversar um pouquinho junto com o pastor. Você precisa se abrir para detectarmos as raízes, e o espírito santo começar a arrancá-las uma por uma. Para você ter uma ideia existem várias raízes em um caso de homossexualidade. No seu caso já detectamos uma, que é a falta de paternidade que gerou a rejeição. E isso afetou seu desenvolvimento de hombridade porque você repudiou figura paterna. Existem outras raízes como o do abuso sexual também e muitas outras. Você topa ir junto comigo lá no pastor para ele te ajudar nessas questões?
- Marcos eu quero sim, por que como você falou isso tudo é verdade. Ninguém nasce homossexual, mas é uma questão de conduta aprendida, que são esses sistemas de raízes. Nossa eu preciso saber mais disso. Eu topo ir, quero mudar.
- Isso vai exigir esforço teu Mateus.
- Eu vou. – ele disse enxugando as lágrimas.
- Pois eu vou marcar semana que vem com ele. Aproveitamos e contamos o que já descobrimos.
- Tá fechado!
Sai do quarto e Mateus ainda chorava. Sei que foi muito forte para ele descobrir todas essas coisas. As mágoas, as revoltas, a rejeição. Mas vou ajudá-lo até vê-lo totalmente curado disso tudo. Desci a escada e fui para o quarto da mamãe, pois precisava de dinheiro para ir à casa de André fazer o trabalho da faculdade. Abri o armário dela e encontrei uma carta rasgada que dizia:
“ Eu sei que você nunca vai me perdoar”
Tentei colar outros pedaços e consegui ler outra frase:
“ Se eu pudesse voltar no tempo eu ia...”
Não entendi bem, mas sabia que era algo muito secreto. Estava embaixo das roupas dela, lá no fundo do armário. Deixei os retalhos da carta lá. Sai do quarto, peguei o dinheiro para minha passagem de ônibus. Mas aquela letra não saia de minha cabeça. Fui na cozinha e gritei:
-MATEUS DESCE AÍ ! Trouxe bolo de morango da casa da Cintia para nós.
Mateus veio na carreira:
-Ouvi falar de bolo? – ele sorriu.
- É bom ver esse sorriso no teu rosto. Sempre quero te ver assim sorrindo.
- Parece estar gostoso, hein?
- Experimenta só é uma delicia.
- Delicia mesmo, quero conhecer essa Cintia melhor, viu Marcos?
De repente a campainha toca.
PLIMM PLOMM PLIMMM PLOMMMM
            - Vou lá ver o que é. – disse Mateus.
Então Mateus atende a porta e volta com um papel na mão:
- Olha só Marcos é uma carta, que o carteiro deixou. É para mamãe.
- Me dá aqui deixa eu ver.
Peguei a carta e Mateus disse:
-Não abre Marcos é da mamãe!
- Não vou abrir Mateus. Não é daqui, é lá do Rio de janeiro. Mas quem será? Não temos conhecidos por lá!
- Olha aqui do lado tem uma frase. “Não rasgue, leia, por favor,”. - disse Mateus
Quando eu olhei para letra percebi que era a mesma da carta rasgada do guarda roupa que tinha encontrado. Então, não é de hoje que mamãe recebe essas cartas secretas. Quem será? Um admirador secreto? Um futuro marido? Um parente desconhecido? Eu imaginava tudo, menos que carta mudaria todo o destino de minha família...

Aguarde o Capitulo 6!!!!

2 Comentarios

  1. Não saiu daqui enquanto o capítulo 6 não for publicado...rs :D

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  2. Meu esses artiggos sobre o livro tah muito bom, tipo viciante""" :D

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Obrigado por seus comentários